sexta-feira, 6 de maio de 2016

Mindfulness na prevenção da recaída da depressão



Para fundamentar o uso de  mindfulness na prevenção de recaída da depressão é importante que a pessoa aprenda a detectar, reconhecer e depois permitir que vão embora pensamentos automáticos, antes que estes reiniciem o espiral rumo à depressão. 

Há um programa padrão de Segal, Williams e Teasdale (2002) que inclui, como o de Kabat-Zinn (1990), oito sessões com intervalos semanais, mas os grupos são menores, normalmente atendendo doze participantes, sendo que estes não podem estar deprimidos à época em que participam do treino. 

Primeiro, discute-se o fenômeno do piloto automático. Depois, as habilidades de mindfulness são treinadas. Finalmente, ensina-se como usá-las para lidar com pensamentos automáticos e como cortar o espiral depressivo no seu início.

As sensações somáticas (por exemplo: fadiga, desânimo) e emoções (por exemplo: tristeza), que são resultados desses pensamentos, também fornecem novas entradas no sistema implicacional, onde podem alimentar esquemas depressogênicos. 

O ponto principal do raciocínio de Teasdale, Segal e Williams (1995) é que não são os pensamentos disfuncionais que causam a recaída na depressão, mas a forma em que a pessoa os processa. Nesse aspecto o Mindfulness teria um funcionamento cognitivo incompatível com a configuração cognitiva que leva à recaída. 

Os exercícios provenientes do programa de Kabat-Zinn (1990) permitem que a pessoa aprenda a perceber os primeiros sinais de perturbação emocional, e, ao mesmo tempo, mantenha uma perspectiva adequada sobre os pensamentos depressogênicos que emergem.

Teasdale (2002) mostrou que as pessoas que têm mais ganho com este treino de mindfulness são aquelas com episódios depressivos recorrentes. Isto pode ser compreendido, já que se ensina aos participantes que o círculo vicioso depressivo é iniciado não pelo sentimento ou pensamento negativo, mas pelas tentativas emocionais ou racionais de esquiva que levam a um aumento dos conteúdos que eles tentam suprimir. 

Com as técnicas de mindfulness , aprende-se a detectar o momento em que o humor está abaixando e a impedir a passagem que o piloto automático faz do humor negativo para o pensar negativo. 

Desenvolve-se a capacidade de aceitar o humor triste como parte do cenário e não como o aspecto 
central de sua existência. Aprende-se, por meio dos exercícios de mindfulness , a estar no momento 
presente, sem precisar acessar idéias a respeito do passado ou do futuro. 

Fonte: Mindfulness nas terapias cognitivas e comportamentais

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